quinta-feira, 25 de abril de 2013

Deus segundo Spinoza


Contribuição do Irm.'. Gilmar Geraldo M.'. I.'. da ARLS Luz e Fraternidade 3926


As palavras abaixo são de Baruch Espinoza - nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz.


DEUS SEGUNDO ESPINOZA  
( Deus monologando para você )

“Para de ficar rezando e batendo no peito!
O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias.
Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Para de me culpar da tua vida miserável:
Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria.
Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo.
Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho...
Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. 

Eu sou puro amor.

Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.

Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? 

Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.
A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.

Esta vida é a única que há aqui e agora, e a única que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos.
Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho.
Viva como se não o houvesse.

Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não.
Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. 

Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.

Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim.
A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres?

Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro de ti... aí é que estou."

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Visita a ARLS União dos Inconfidentes

Uma caravana formada por oito obreiros da ARLS Luz e Fraternidade 3926 visitaram na segunda-feira, 15/04/2013, a ARLS União dos Inconfidentes 4087 Oriente de Ouro Fino MG, em Sessão Magna de Iniciação.

Fomos muito bem recebidos pelo Venerável Mestre Irm.'. Clodoaldo e demais oficiais, e tivemos a oportunidade de assistir uma brilhante Sessão de Iniciação.

As Autoridades Maçônicas presentes, Mestres Instalados, Veneráveis e obreiros de diversa Lojas do Estado de São Paulo e Minas Gerais foram unânimes em elogiar os trabalhos.

Nossa Loja foi representada pelos Irmãos: Mestre Instalado  Gilmar Geraldo, José Lauro, Gustavo Tiveron, Murilo Cardim, José Carlos Barsani, Cláudio "Cascatinha", José Antônio e Marcelo Fonseca.

Ao usar a palavra o Irmão Gilmar Geraldo M.'.I.'., representando o Venerável Fábio Zambrano e demais Irmãos, colocou-se de Pé e a Ordem ao recém iniciado e de todos os irmãos presentes na Sessão.

Após os trabalhos foi servido um delicioso jantar aos convidados e nesta ocasião pudemos estreitar ainda mais nossos laços de fraternidade.
















sexta-feira, 12 de abril de 2013

Templos da Virtude


Os templos sempre foram construídos segundo uma estrutura determinada e com a propósito de serem consagrados e dedicados às forças superiores, consideradas criadoras do Universo. Em Roma, eram lugares descobertos e elevados consagrados pelos áugures (sacerdotes vaticinadores) às ações memoráveis e aos veneráveis princípios espirituais.

Esta sempre foi a ideia de SAGRADO, um lugar solene e respeitável.

Os templos são o reflexo da habitação divina sobre a terra, o local da Presença Inefável, resumo do macrocosmo e imagem espelhada do microcosmo.

As concepções mais remotas de templo se encontram no Egito. Mesmo em ruínas, pode-se perceber o respeito que aquela adiantada civilização dedicava aos Mistérios Iniciáticos e religiões locais. Muitos deles, devido a vários fatores, foram desmontados pela moderna técnica de engenharia e reconstruídos noutros locais.

É o caso do Templo de Philae dedicado a deusa Ísis. Ostenta dois pilonos no pórtico (análogos às duas colunas simbólicas) referindo-se às deidades do mito de Ísis e Osíris.

Outro templo importante do Egito é o de Luxor, construído por Amenhotep III. Logo na entrada há uma enorme coluna e um obelisco. No interior, pátios cercados por fileiras de colunas.

Reparem na semelhança dessas construções com o moderno Templo Maçônico.

O Templo de Karnak, cujo recinto sagrado ocupa trinta hectares, possui vários santuários com a Sala Hipostila, composta por 134 colunas gigantes.

A tradição egípcia de considerarem os templos como A CASA DE DEUS, passou para os hebreus através dos ritos iniciáticos.

Primeiro, houve o Tabernáculo construído por Moisés no deserto
.

Depois, o Templo de Jerusalém, onde se realizavam as oferendas e sacrifícios (korbanot). Situava-se no Monte Moriah ao Norte do Monte Sião.

De acordo com a tradição, o Templo de Jerusalém começou a ser construído no terceiro ano do reinado de Salomão. Foi concluído sete anos depois. Em 587 A.C. foi destruído e incendiado por Nabucodonosor II. Mas os judeus o reconstruíram, no mesmo local, durante a dominação persa.

Todavia, foi Herodes, o Grande – que não era judeu e sim árabe – que terminou toda a obra cuja imponência é relatada nos Evangelhos Cristãos.

Mas, no ano 70 de nossa era, aquele Templo suntuoso foi destruído pelas legiões do general romano Tito. A tradição diz que do Templo de Jerusalém restam, atualmente, apenas as ruínas que formam o grande paredão conhecido como Muro das Lamentações.

Os antigos templos eram, além de locais iniciáticos, pontos de referência da unidade “nacional”. Destruir o templo significava enfraquecer um povo.

Os templos gregos tiveram origem no “mégaron”, espaços dos palácios de Micenas, um dos maiores centros da civilização grega e potência militar.

Eram compostos de um “pronaos” ou antecâmara que antecedia o “naos” (nave principal) e que mais tarde se transformou no “nártex”.

A naos propriamente dita – nave ou “cella” – era um quadrilongo com paredes sem janelas. Ali eram colocadas as estátuas das divindades organizadas em três alas divididas por colunas.

Hoje, alguns templos maçônicos ostentam essas três divindades nas figuras de Hércules (força), Palas Atenas (sabedoria) e Vênus (beleza).

Havia também o “aditon” ou “aditus” (entrada sagrada) só acessível aos grandes oficiais para a dedicação de oferendas e outros trabalhos reservados ao Círculo Interno.

Por último, havia o “opistódomo”, câmara mais interna onde se encontrava o Mais Alto Segredo. Os cristãos chamam este local de Sanctus Sanctorum, local da “Arca da Aliança”.

Os templos atuais são simbólicos. Não representam uma “verdade histórica”, mas princípios velados por alegorias.

Nossa Ordem não ensina a arte de trabalhar pedras no sentido literal, mas prepara líderes para comandarem a transformação social e moral da sociedade. Noutras palavras: o objeto primeiro é a construção do “corpo imortal”, a partir de um “corpo em ruínas”. É a lição que herdamos da mitologia egípcia pela morte e ressurreição de Osíris.

O primeiro passo para a revitalização da Maçonaria consiste na recuperação do caráter SAGRADO de nossos Templos. Esses espaços e o trabalho que neles se desenvolvem são dedicados à honra e glória de Deus, o G.’.A.’.D.’.U.’.

PELA POSTURA, PENSAMENTOS, CONDUTA E PALAVREADO USADOS NO INTERIOR DE UM TEMPLO MAÇÔNICO, PODE-SE DEDUZIR O NÍVEL EVOLUTIVO DE SEUS OBREIROS E QUAL A FORÇA ESPIRITUAL DA OFICINA.

O mundo profano é separado de nossos Templos pela Sala dos Pp.’.Pp.’. onde cada Maçom deve deixar suas ambições, disputas políticas e religiosas, sua vaidade e outros assuntos vulgares. A entrada, permanência e saída do Templo é obrigatoriamente solene, austera e sagrada. Toda palavra vã, pilhérias e gracejos proferidos em seu interior constituem um ultraje à dignidade da Ordem e ao sentimento dos verdadeiros Maçons.

Estejamos atentos para a fascinação, o terror e o aniquilamento que podem causar as faltas e as blasfêmias cometidas diante da Face Invisível do Mestre da Evolução.

Muitas vezes não conseguimos entender o porquê de certas coisas acontecerem a um Obreiro ou à Oficina como um todo…

Reunimos-nos nesses recintos Sagrados “em Nome e à Glória do Grande Arquiteto do Universo”; os que não acreditam nessa transcendência prosseguem com seus pensamentos, palavras e gestos vulgares; mas, há uma Lei de Causa e Efeito; mais cedo ou mais tarde toda a Oficina terá de arcar com as consequências.

Irm.'. José Mauricio Guimarães M.'.I.'.


sábado, 6 de abril de 2013

Ação da Maçonaria


A ARLS Luz e Fraternidade 3926, juntamente com o apoio das Lojas Maçônicas de Poços de Caldas e dos Irmãos de outros Estados e cidades que recebem este comunicado, continua a campanha de ajuda ao Asilo Monsenhor Alderigi de Santa Rita de Caldas MG.

Tal entidade, atende 40 idosos e passa por constantes dificuldades, já que não recebe qualquer tipo de ajuda dos órgãos públicos.

As Lojas de Poços de Caldas se mobilizaram e doaram para o Asilo 8 cadeiras de rodas que já estão sendo utilizadas pelos pacientes.

Mas, de acordo com o presidente da instituição o sr Ítalo e a freira Irmã Margarida (SCJ) o Asilo ainda necessita com certa urgência de alguns itens:
  • Lençóis de solteiro
  • Fronhas
  • Toalhas de banho
  • Toalhas de rosto  
Neste sentido, acreditamos que a força da Maçonaria e a união dos Poderosos Irmãos, mais uma vez conseguiremos atender as necessidades desta obra tão importante.


A Obra Assistencial Monsenhor Alderigi (OAMA) localiza-se na Rua Gustavo César de Carvalho n° 165 em Santa Rita de Caldas MG.

O Irmão que deseja fazer alguma doação pode entrar em contato com o Irm.'. Gustavo Tiveron:

celular: 35 9952 - 3948
email: tiveronopipari@gmail.com 

PARTICIPEM!!! SEU PEQUENO GESTO FARÁ UMA GRANDE DIFERENÇA!!!

Acreditamos que a solidariedade é um gesto de amor que enobrece o homem e o torna verdadeiramente fraterno. Assim, estaremos realmente trabalhando em nossos corações os princípios da nossa Ordem: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Origem da Palavra Irmão


Ir.'. Valdemar Sansão

Os membros da Maçonaria, unidos pelo Amor Fraternal, qualquer que seja o seu grau, dão–se o tratamento de “Irmão”. É o título que geralmente se dão, mutuamente, os religiosos de uma mesma Ordem e de um mesmo convento e também os membros de uma mesma associação.

Esse tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, em que o seu significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade. É o tratamento que se davam entre si os maçons operativos.
A origem do cordial tratamento de “Irmão” afirma que esse tratamento foi adotado e nunca mais olvidado pelos maçons, desde os tempos de Abraão, o velho patriarca bíblico. Reza a história que estando ele e sua mulher Sara no Egito, lá ensinavam as 7 ciências liberais (gramática, lógica e dialética, matemática, geometria astronomia e música), e contou entre os seus discípulos com um de nome Euclides. Tão inteligente que não demorou nada em tornar-se mestre nas mesmas ciências, ficando por isso bastante afamado como ilustre personagem.

Então Euclides, a par com suas aulas, estabeleceu regras de conduta para o discipulado; em primeiro lugar cada um deveria ser fiel ao Rei e ao país de nascimento; em segundo lugar, cumpria-lhes amarem-se uns aos outros e serem leais e dedicados mutuamente. Para que seus alunos não descuidassem dessas últimas obrigações, ele sugeriu a eles que se dessem, reciprocamente, o tratamento de “Irmãos” ou “Companheiros”.

Aprovando inteiramente esse costume da escola de Euclides, a Maçonaria resolveu sugeri-lo aos seus iniciados, que receberam-no com todo agrado, sem nenhuma restrição, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Ordem.

De fato, traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos que militam em nossos Templos. Assim passaram os Iniciados ao uso desse tratamento em todas as horas, quer no mundo profano, quer no maçônico.

O Poema Regius, que data do ano de 1390, aconselha os operários a não se tratarem de outra forma senão de “meu caro Irmão”. Por isso o tratamento de Irmão dado por um maçom a um outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família.

Os maçons são Irmãos por terem recebido a mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade. Além da amizade fraternal que deve uni-los, os maçons consideram-se Irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, representada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de Hórus.

Assim os maçons são, também, simbolicamente, Irmãos de Hórus e se autodenominam Filhos da Viúva.

Durante a Iniciação quando o recipiendário recebe a Luz, seus novos Irmãos juram protegê-lo sempre que for preciso. A partir daquele momento, todos que a ele se referem o tratam como Irmão. Os filhos de seus novos Irmãos passam a tratá-lo como “Tio” e as esposas de seus Irmãos passam a ser sua “Cunhada”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da Ordem e a família maçônica.

A Maçonaria não reconhece qualquer distinção entre raças, crenças, condições financeira ou social entre seus obreiros. Há séculos vem a Sublime Instituição oferecendo a oportunidade aos homens de se encontrarem e colherem os frutos do prazer de conviver sempre em paz, em união e concórdia, como amigos desinteressados, dentro de um espírito coletivo voltado à prática do bem, guiados por rígidos princípios morais, sem desavenças e dissensões.

Os membros de nossa Ordem aprendem a destruir a ignorância em si mesmos e nos outros; a ser corajosos contra suas próprias fraquezas, lutar contra seus próprios vícios e também contra a injustiça alheia.

São estimulados a praticarem um modo de vida que produza um nível elevado em suas relações com seus Irmãos, aos quais dedicam amizade sincera e devotada. São fiéis cumpridores de todo dever cujo cumprimento lhes seja legalmente imposto ou reclamado pela felicidade de sua Pátria, de sua Família e da Humanidade.

Jamais abandonará sua prole, seus Irmãos e seus amigos, no perigo, na aflição ou na perseguição. Sobre o coração do maçom está o símbolo do amor, da amizade, da razão serena e perseverante.
O que o distingue na vida profana é sua aversão à iniquidade, à injustiça, à vingança, à inveja e à ambição, sendo ele constante em fazer o bem e em elogiar seus Irmãos.

O verdadeiro Irmão é aquele que interroga sua consciência sobre seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou a lei da justiça, do amor e da caridade em sua maior pureza; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se não menosprezou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele. E quando não tem uma palavra que auxilie, procura não abrir a boca… (Se for falar, cuida para que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio).

O Irmão, possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça.

Ele é bom, humano e benevolente para com todos, sem preferência de raças nem de crenças, abraça o branco e o preto ( pois não é a cor, mas sim o talento e a virtude que faz um homem elevar-se por sobre os demais), o rico e o pobre, o jovem e o velho, o sábio e o ignorante, o nobre e o plebeu, porque vê Irmãos em todos os homens.

Porém, devemos observar que nem o rico, o príncipe ou o sábio, devem “descer” para o nivelamento. Não descendo ao nível deles mas, sim, ajudando-os a se levantarem e poderem melhor enxergar o horizonte. É caminhando que se faz o caminho. Pensando, agindo, sentindo, sofrendo, aprendendo e corrigindo. Fazendo melhor em seguida. Se comprometendo a sempre ensinar aos capazes, o que se aprendeu. Capacitando-os. Perpetuando a GNOSE adquirida.

Quem deverá “subir” é o pobre; pobre no sentido de ser CARENTE. Acontece de existir entre os ricos de recursos materiais, os pobres de sabedoria, ignorantes de conhecimento, de altruísmo e complacência.

O verdadeiro Irmão não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; compreendendo, nem condena. Portanto perdoa, e anula as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios que já tenha recebido, porque sabe que com a mesma sábia compreensão que deixou de condenar, assim será tratado intimamente, na sua própria causa de compreensão, como réu de sua consciência, quando essa lhe julgar.

Não se compraz em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência. Se a necessidade a isso o obriga, procura sempre motivar o bem que pode atenuar o mal.

Não se envaidece nem com a fortuna, nem com as vantagens pessoais, porque sabe que tudo o que lhe foi dado apenas o direito da posse, pertence ao mundo e por poder dessa força natural, se desmerecido, tudo pode lhe ser retirado.

Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, ele os trata com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante o Grande Arquiteto do Universo; usa de sua autoridade para erguer-lhes o moral e não para os esmagar com o seu orgulho; evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa.

O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo em cumpri-los conscienciosamente.

O verdadeiro Irmão respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza, como gostaria que os seus fossem respeitados.

Aplicando os ensinamentos maçônicos, tanto no interior dos Templos como no seio da sociedade profana, dentro de suas possibilidades, colabora para a edificação do Templo da civilização humana.

Afinal, se cultiva a liberdade, a igualdade e a fraternidade, tem por obrigação, abrir mais os seus braços, entrelaçar seus Irmãos e oferecer sua convivência fraterna, sua influência, seu trabalho de auxílio, com harmonia, paz, concórdia e fraternização, dentro e fora do Templo.

Enfim, o verdadeiro Irmão saberá fazer o Bem sem ostentação, mas não sem utilidade para todos. Onde quer que o pobre reclame o combate sem descanso aos exploradores dos fracos, o auxílio e proteção à criança ou à mulher, o Irmão é obrigado a fazer obra maçônica. É-lhe proibido fechar os olhos aos deserdados da sorte.

Porém, só quando se encontra revestidos de todas essas virtudes é que pode dizer: “Meus Irmãos como tal me reconhecem” – frase mais ouvida e citada dentro da Loja e também fora dela – como forma de identificação.

Curioso, no entanto, é que ao sermos reconhecidos como Irmãos, o outro abre o sorriso e os braços, como se fosse um velho conhecido. Esse é um sentimento de irmandade, é muitas vezes, mais forte que entre Irmãos de sangue.

Nossa Ordem precisa de Irmãos verdadeiros, aqueles que têm orgulho de pertencerem à Sublime Instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício dela.

O Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS, ouve nossos rogos e nos mostra o caminho que a Ele conduz, continua a nos proporcionar a dádiva da aproximação de valorosos Irmãos que nos socorrem em nossas dificuldades, se interessam por nós, nos escrevem, telefonam para saber como estamos, trocam e-mails e assim, não nos deixam experimentar a depressão e a solidão.

Nossas Lojas Maçônicas são portos seguros, colos de mãe para enxugamento das lágrimas e o consolo de nossas dores, num ambiente de luz, paz e amor, pois é sublime reunir em seu seio, católicos, evangélicos, espíritas, maometanos, israelitas, budistas, e a todos dizer: ” Aqui vossas disputas não encontrarão eco. Aqui, não ofendereis a ninguém e ninguém vos ofenderá.”

Meu Irmão, se eu me esquecer de você, nunca se esqueça de mim! Conte comigo. Eu conto consigo.
“O maior cargo em maçonaria é o de verdadeiro Irmão.”