Ir.'. Jorge Levi - M.'. I.'. - Or.'. do Rio de Janeiro
“Num
cantinho de um Templo, sentado num banquinho, fitando o Delta Luminoso, um
triste Velho Maçom chorava”.
De
seus olhos molhados, estranhas lágrimas desciam-lhe pela face e, não sei por
que, contei-as... Foram sete. Na incontida vontade de saber. Aproximei-me e o
interroguei:
-
Fala, meu Velho Mestre! Diz ao teu Aprendiz por que externais assim tão visível
dor?
E
ele, suavemente me respondeu:
-
Está vendo estes Irmãos que entram e saem? As lágrimas contadas estão
distribuídas a alguns deles.
- A
Primeira, eu dei a estes maçons indiferentes que aqui vem em busca de distração, para
saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
- A
Segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na
expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios
merecimentos negam...
- A
Terceira, distribuí aos maus, àqueles que somente procuram a Loja para promover
a discórdia entre os Irmãos...
- A
Quarta, aos frios e calculistas que sabem que aqui existe uma Força Espiritual,
procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra Amor...
- A
Quinta, aos que chegam com suavidade, tem o riso e o elogio nos lábios, mas se
olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio no G.'.A.'.D.'.U.'.., na
Ordem e nos meus Irmãos, mas somente se puderem me servir....
- A
Sexta, doei aos fúteis que vão de Loja em Loja buscando aconchegos e conchavos
e seus olhos revelam um grande desinteresse...
- A
Sétima, meu amado Irmão, notas como foi grande e deslizou pesada!
Foi
à última lágrima, aquela que vive nos olhos do Verdadeiro Maçom.
Fiz
doação desta aos Irmãos vaidosos, que só aparecem na Loja em Dia de Festas ou
quando lhes é conveniente; para garantir os 50% de presença.
Faltam
às reuniões sem justificativas; esquecem que existem Irmãos precisando de
Caridade e tantos seres humanos necessitando de amparo material e espiritual...
Assim,
caro Irmão, foi para todos estes que vistes cair uma a uma as minhas lágrimas.