M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017
As discussões
políticas e religiosas já tinham sido proibidas, anteriormente, dentro das
lojas pelos estatutos de Anderson. Essas discussões são também proibidas na
Maçonaria contemporânea com o mesmo rigor.
Essa proibição se
concretizou em 1723 na Constituição de Anderson, onde, no Capítulo referente a “Deus
e Religião” ficou estabelecido que as opiniões religiosas seriam
particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que todos os homens concordam.
Isto, obviamente,
era baseado na política dessa nova Grande Loja (fusão de 04 Lojas, ocorrida em
1717, em Londres) para evitar discussões religiosas e políticas, sendo estas os
principais motivos de discórdia e destruição da harmonia na época.
Devemos observar
que os maçons já tinham conhecimento, naqueles tempos, dos perigos apresentados
nas discussões sobre religião e política. A Grande Loja foi formada, em
Londres, logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o “Antigo Pretendente”
(filho de James II). Opiniões políticas e religiosas eram conduzidas de modo
duro e amargo, e a desunião entre os Whigs (Hanoverianos) e os Toris (Stuarts)
era muito profunda. O primeiro grupo era, na maioria, Protestantes e o segundo
grupo, Católicos Romanos.
Uma introdução de
qualquer tendência na Política e/ou Religião na Francomaçonaria, naquele
estágio, poderia ser desastrosa.
Além disso, a
guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental a Fraternidade –
acima das divisões humanas, tendências políticas, filosóficas ou religiosas. Se
optassem por uma das definições teológicas já existentes na época, estariam
filiando a Maçonaria à instituição que emitira aquele conceito, e desse modo,
afastariam todos aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma
nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos de uma nova religião, e
assim afastariam também os sinceros adeptos de todas as outras (Eleutério N.
Conceição).
Os trabalhos no
Tempo de Estudo, ou as Conferências, devem evitar esse assunto com cuidado e,
por essa razão, o Venerável Mestre reserva-se o direito de proibi-las, se o
assunto anunciado, sobre o qual deve estar informado, lhe parecer indesejável.
Até fora da Loja,
essas discussões são proibidas, e admite-se que perguntar a um irmão quais são
as suas opiniões políticas seja uma indiscrição. Aparentemente, nas Obediências
irregulares, essa regra é violada de maneira permanente, e pode-se até dizer
que as conferências “anti-religiosas’ constituem o essencial dos programas de
certas lojas em que o velho anticlericalismo está longe de estar morto. (Alec
Mellor – Dic. da Franco Maçonaria – pag. 105).
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