sexta-feira, 22 de março de 2013

Jesus

Irmão Marcelo Branco

O MENINO DA GALILEIA

De todas as pessoas conhecidas, vivas ou mortas, Jesus é a mais influente!
Seu nascimento foi e ainda é considerado um acontecimento importante. Ao ser criada a cronologia atualmente adotada no mundo, escolheu-se o ano presumido desse nascimento como sendo o primeiro. A decisão, entretanto, não foi muito precisa. Não se conhece o exato ano em que Jesus nasceu. Ainda hoje, vários aspectos da chegada de Jesus ao mundo, de sua vida e de sua morte permanecem envoltos em mistério e divergência. No entanto, ele exerceu profunda influência sobre a história da humanidade.

Jesus era judeu, em raça, cultura e religião. O termo “judeu” vem de “Judá”, território que ocupava metade da estreita faixa de terra à margem do Mar Mediterrâneo, há muito conhecida como Palestina. Os ancestrais de Jesus tinham vivido em outro lugar, tradicionalmente conhecidos como hebreus, cujo significado é “povo que atravessou”, eles eram em essência viajantes.

Os judeus, vivessem onde vivessem, consideravam Jerusalém a Terra Santa. No alto da montanha, com uma fonte permanente de água pura, podia ser facilmente fortificada. Depois de capturada para os hebreus pelo rei Davi, por volta do ano 1000 a.C., tornou-se o local do Grande Templo, a edificação mais suntuosa do mundo ocidental. Construído pelo rei Salomão, filho de Davi, transformou-se no centro da religião judaica. Ali, as orações e sacrifícios podiam ser oferecidos a Deus, e palavras sagradas eram lidas em voz alta pelo Sumo Sacerdote e seus auxiliares. Como os judeus acreditavam em um só Deus, o templo de Jerusalém era seu único santuário, é provável que não houvesse na Europa local de peregrinação impregnado de tanto respeito. Foi lá que teve origem a crise final da vida de Jesus, a rápida sucessão de eventos que culminou em sua morte.

Com a morte do rei Salomão, seu reinado foi dividido em dois: Israel ao norte e Judá ao sul. Em 587 a.C., os poderosos babilônios conquistaram Jerusalém, em um dos eventos traumáticos na longa história de um povo que suportou vários infortúnios e desastres. Muitos dos judeus mais influentes foram deportados para a Babilônia. No exílio refletiram sobre suas desventuras e se perguntaram se teriam ofendido tanto a Deus para merecerem tal castigo.

Em menos de meio século os persas tomaram a Babilônia e a maioria dos judeus pôde retornar a sua terra onde, por volta de 520 a.C. começou a reconstrução do templo. Em 142 a.C., depois de viver sob uma sucessão de soberanos estrangeiros e afinal, sob um regime de cultura grega, o povo judeu recuperou sua terra. Durante quase 80 anos gozou de independência, mas logo a perderia, voltando a ser independente apenas no século 20.

A CONQUISTA DOS ROMANOS

Em 63 a.C. os romanos invadiram a Palestina. Donos do maior e mais diverso império do mundo, eles conferiam certa independência às colônias, desde que fossem submissas, obedientes e pagassem seus impostos. Os romanos escolheram um líder local, Herodes, a quem delegaram poder e deram o título de rei e concederam considerável liberdade religiosa aos judeus. Foi próximo ao fim do reinado de Herodes que Jesus nasceu, possivelmente em 6 a.C.

Com seu território ocupado por um pequeno exército romano, os judeus mantiveram cultura e religião. Assim, um mundo judeu seguia à parte dentro do Império Romano. Duvida-se de que outra região do império tenha sobrevivido como uma entidade cultural e religiosa tão diferente. Esse foi o milagre da religião judaica: uma incrível tenacidade, século após século. Essas foram a cultura e a religião herdadas por Jesus.

Deus dominava a cultura judaica. Era o Deus dos judeus, embora não exclusivamente. Chamado “O ETERNO”, era invisível e imortal, detentor de enorme poder e conhecimento e de uma imensa capacidade de sentir amor e raiva. Tendo criado o ser humano à sua imagem, e tendo-o dotado de livre arbítrio, concedeu-lhe o direito de escolher entre o bem e o mal. Segundo os hebreus, Deus estava em toda parte. Às vezes era visto no templo sagrado, às vezes no céu, mas seu espírito, sua presença e seu conhecimento eram de tal ordem que ele podia estar em 10 mil lugares ao mesmo tempo. Conforme proclama o salmo 139: “ninguém foge DELE”!

Foram essas crenças judaicas que Jesus absorveu desde criança. Algumas ele reformulou mais tarde, quase ao fim de sua curta vida, mas aceitou instintivamente e seguiu sinceramente a maior parte delas.

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