Irm.'. José Valdeci de Souza Martins
O analfabetismo de ontem era o iletrado, não conhecedor do
alfabeto, hoje analfabeto é aquele indivíduo que mesmo sabendo ler não consegue
interpretar um texto, ou seja, não entende o que leu.
O desígnio da Maçonaria é, em
suma, o de tornar o homem maçom mais sábio e melhor, e consequentemente, mais
feliz. A sabedoria é inútil a menos que se ponha em prática. Se você não
estiver disposto a vivenciar a maçonaria, não procure conhecer os seus grandes
mistérios. Esse conhecimento traz em si a responsabilidade do uso e da
obediência: é impossível esquivar-se dessa responsabilidade.
Deveríamos, e poucos IIr.’.
procuram, estudar, entender, compreender e interpretar melhor o significado
real de algumas passagens dos textos primitivos da Maçonaria, anterior à
instrução da primeira Grande Loja de Londres e a Constituição de Anderson.v
Dentro da instituição
Maçônica, existem diversos segmentos a serem seguidos, tais como: a ação
política maçônica; defesa dos interesses da comunidade; avaliação internamente
dos problemas estruturais da sociedade, etc. Mas é de fundamental importância,
procurarmos ler e interpretar nossos rituais bem como nosso riquíssimo
simbolismo.
O maçom, dentro do seu campo
de atuação, pode-se assim concluir, que ele está certo, mas há de nos
conscientizarmos, ou seja, existem IIr.’. que, apesar da capacidade de ler,
maçonicamente não possuem capacidade de interpretar ou entender o que foi lido.
A interpretação da nossa
simbologia, que além de importante, é de inteira responsabilidade individual de
cada um de nós; e é no processo dessa interpretação pessoal que se pode
entender a sobrevivência da nossa Ordem Maçônica como um “mistério”.
Para que possamos, com o
secreto que se reserva entre nós, o de conhecermos entre si em qualquer parte
do mundo e a forma de interpretar símbolos e seus ensinamentos. Isso só se
torna conhecimento desde quando fomos iniciados.
Na nossa instituição maçônica,
ouvimos e falamos muito em filantropia, mas a verdadeira filantropia deve
estender-se a todos os homens, indistintamente. Filantropia verdadeira é ajudar
o semelhante a emergir de sua pobreza material, de seu analfabetismo, de sua
ignorância, devolvendo-lhe o amor próprio e a responsabilidade social.
No seio da nossa instituição,
por meio dos nossos ensinamentos e do próprio simbolismo, a sabedoria é um
crescimento da alma, e a recompensa do trabalho e do esforço, que não pode ser
adquirida se não pelo seu igual valor em sacrifício. Cada vez que você progride
ao olhar para trás, perceberá ter passado pelo altar dos sacrifícios, algo que
representa o trabalho de suas mãos e de seu coração, simbolizando que, por meio
do trabalho, retribuirá aos seus IIr.’. e à humanidade os benefícios que
recebeu gratuitamente.
Respeitando-se integralmente
os Landmarks e os 33 mandamentos da Maçonaria e, considerando as faixas de ação
da política maçônica, concluímos que devemos nos empenhar, como IIr.’. e
instituição (Lojas), em defesa dos interesses maiores da comunidade. Isso
significa fazermos política comunitária; discutir e avaliar internamente os
problemas estruturais da sociedade em que vivemos, ajudar a encontrar soluções
e colaborar em suas implementações. Acredito, e boa massa de IIr.’. também
acreditam, que neste Brasil afora muitas Lojas vêm fazendo exatamente isso,
seja nas áreas educacional, de assistência social, de saúde pública, de
ecologia e tantas outras.
Para finalizar, é importante
repassar e dizer que, talvez porventura, no século XVIII se justificasse o analfabetismo
nos diversos segmentos. Então imperava o analfabetismo, muitas das ciências
davam os primeiros passos, o Iluminismo era ainda recente… mas, nos dias
atuais, que interesse e justificação têm pedir-se a homens cultos, muitos
licenciados e doutorados que … estudam o homem e as ciências e as artes? Tudo
isso são interrogações legítimas, preocupações compreensivas, hesitações
evidentes. Mas por tudo isso é necessário passar, para se concluir a formação
maçônica.
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