Crônica de Millor Fernandes.
Contribuição do Irmão Gilmar Geraldo M.'.I.'. (Luz e Fraternidade)
Aliás, por falar
nisso, sempre preferi AMASSARMARIA à Maçonaria, vocês sabem. Só tem um negócio
lá que atrai: O PODER!
Foi aí que resolvi:
quero ser Venerável! Comecei a conversar com os caras, mas eles me vieram com
um papo de que era cedo, que eu não tinha sido secretário...! Função
subalterna, trabalha mais do que fala. Jamais!
Não tenho tempo para isso...
QUERO MESMO É SER VENERÁVEL! Mas tudo tem seu jeito. Os dias passaram, bati
papo com uns e outros, fui enrolando. Fiz um leilãozinho de cargos.
Pouco trabalho e
muita pose. As Vigilâncias vão para dois alérgicos ao trabalho. Nada de preparar
Instruções. Se elas já estão escritas, quem quiser que leia, bolas.A oratória
vai para um caso patológico de exibicionismo que precisa de platéia - vai ter
sempre! E por ai continuei...
Quanto àquelas
condições de elegibilidade, atropelei todas. Pra freqüência, atestado médico
comprovando ‘Mal de Escroque’. Nada como uns livrinhos misticistas. Dou uma
cheirada neles e viajo no esoterês...
Bons costumes? Não
tem problema, eles ainda não me conhecem direito...
Capacidade
administrativa? Bah, administração é coisa para jogar em cima do secretário.
Meu negócio é bater malhete e usar paramento. O resto, eu leio e só assino.
Mas tem uma
turminha que se acha dona da Loja só porque não falta, arruma e desarruma o
Templo, chega cedo, comparece no Tronco ou na obra de amor e outras besteiras
dessas. Eles resolveram lançar um candidato deles. Mesmo que ele não tenha
chance, não custa pichar um pouco.
Como dizia meu
guru, "da calúnia sempre fica alguma coisa..." Fui armando nos
bastidores, fazendo cabalas com minha grande capacidade de persuasão... Vocês
sabem, ele é muito jovem, não presta para mandar...
Comprei
presentinhos, fiz longos discursos e botei algumas notas no Tronco (pô que
desperdício). Prometi, bajulei e menti. Beijei criancinhas, abracei sogras, fui
a batizado e enterro. Enfim, tornei-me o candidato ideal.
O outro boboca,
coitado, nem fez campanha. Apresentou um tal plano de trabalho que fazia jus ao
nome, só falava de trabalho. Argh! Ninguém deve ter gostado.
Chegou o grande dia
da eleição, eu lá tranqüilo, já até pensando na reeleição. Aliás preciso até
ver quantas vezes é permitido, de repente, dá até para mudar o regulamento...
Por falar nisso, será que venerável é como comprar toca-fitas: instalação é de
graça? Não importa. Se não for, ponho na conta da Loja, junto com as dos
paramentos, que já mandei fazer, bordados a ouro.
Enfim, o grande
momento. Começa a apuração.
Há Unanimidade,
estão dizendo. É a glória. Eu mereço...O quê...? Ganhou o outro? Não absurdo! É
roubo! E o meu voto e os compars..., quero dizer, correligionários? Heim...?
Não tínhamos freqüência? Vocês não me merecem.
Vou fundar uma
outra Loja, para ser Venerável.
Vocês ainda vão ver
a ‘VIGARICE & PICARETAGEM’ em funcionamento ainda este ano. Quero meu Quit
Placet! O quê? Tem de pagar? Deixa pra lá então!
TFA
Ir.·. Millôr
Fernandes (?)
Texto irônico, mas infelizmente isso ocorre em muitas Lojas por aí. Muito status e pouco trabalho. Devemos lutar por uma Maçonaria sem palhaçadas como essas.
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
TFA!!!